As ferrovias brasileiras encerraram 2017 com alta operacional de 10,36%, com 375,2 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKUs). O número é recorde desde o início da série histórica, em 1997. No intervalo de dez anos, a alta foi de 173%, média de 5,16% ao ano. Os dados são da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
Apesar de o minério de ferro representar a maior quantidade absoluta transportada pelos trilhos, o crescimento dos grãos foi mais acentuado. A movimentação subiu 62,35%, para 22,6 bilhões de TKUs.
“Há coisas que fortalecem a necessidade e a urgência das prorrogações dos contratos das ferrovias. O agronegócio vai continuar expandindo e cada vez mais vai depender da ferrovia”, disse o diretor executivo da ANTF, Fernando Paes.
Segundo Paes, o Plano Nacional de Logística [PNL], que entrou recentemente em consulta pública, deixa muito claro que os gargalos vão se acentuar se nada for feito. Por isso as prorrogações antecipadas das concessões ferroviárias em troca de investimentos novos seriam a forma mais rápida de expandir a malha existente. A ANTF tem nas prorrogações das concessões uma de suas principais pautas.
O governo federal abriu negociações com ao menos cinco empresas para estender contratos: Malha Paulista, MRS, Estrada de Ferro Vitória-Minas, Estrada de Ferro Carajás (EFC) e Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
Dentre as ferrovias que já encaminharam o pleito à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a que mais evoluiu foi a da Malha Paulista, da Rumo, a única que teve audiência pública e agora depende de um aval do Tribunal de Contas da União (TCU).
“Andou bastante, mas ainda não foi aprovada. Como é a primeira vez que se faz prorrogação de contrato de ferrovia me parece que o escrutínio é mais complexo do que será com as outras. Até porque o governo já terá um modelo”, disse Paes. No último trimestre de 2017, a Rumo lançou uma campanha para mostrar a relevância da prorrogação antecipada do contrato da Malha Paulista, que deságua em Santos e vence em 2028. A empresa quer mais 30 anos em troca de quase R$ 5 bilhões em investimentos.
Fonte: Valor Econômico
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