Não bastasse a elevação do preço do aço, as indústrias de máquinas e equipamentos estão tendo que lidar com outros pontos de atenção, tais como: energia, combustível, e outros metais, como o cobre. A escalada de preços desses outros componentes do processo produtivo tem pressionado os custos do setor, que nem sempre podem ser repassados. A solução, muitas vezes, passa por estratégias de negociação com fornecedores.
Quem explica é o membro do Conselho da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) – Regional Minas Gerais, Marcelo Luiz Veneroso. Segundo ele, o aço ainda é um problema, mas agora já começou a dar alguns sinais de estabilidade. Para se ter uma ideia, levantamento da entidade revela que a variação do preço do aço ficou em mais de 152,29% entre dezembro de 2019 e abril deste ano.
“A indústria passou por um momento crítico, onde as empresas tiveram que absorver alguns custos, porque as altas vieram já com os contratos em mãos. A solução foi começar a se precaver com algumas negociações antecipadas, mas não é possível se proteger totalmente, pois existe um risco em jogar a margem em cima de preço futuro e perder mercado. Foi preciso pensar em estratégias de atuação“, conta.
Ainda assim, o setor tem conseguido se manter aquecido. Para se ter uma ideia, o faturamento líquido total da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 0,7% em maio na comparação com abril, chegando a R$ 17,179 bilhões, segundo último balanço da Abimaq.
Na comparação com maio do ano passado, o faturamento líquido do setor avançou 46,1%, chegando a R$ 80,843 bilhões. Já no acumulado de janeiro a maio, em relação a igual período de 2020, o faturamento líquido total do setor cresceu 39,2% e no acumulado de 12 meses, também encerrado em maio, o crescimento foi de 23,3%, somando R$ 189,056 bilhões.
Ritmo semelhante
No caso de Minas Gerais, conforme Veneroso, o ritmo é semelhante. “Minas acompanha. Temos uma carga fabril bem interessante. Nosso número de horas trabalhadas também está ascendente e o nível de emprego está, inclusive, acima da média nacional”, afirma. Vale dizer que a indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de maio com pouco mais de 354 mil pessoas empregadas diretamente.
O bom desempenho do Estado se justifica pela demanda advinda das mineradoras e siderúrgicas, conforme o membro do Conselho da Abimaq. “Esse movimento está sendo puxado pelo próprio desenvolvimento do País, que está saindo da crise causada pela Covid-19 e retomando uma ascendência superior ao que o próprio governo tinha sinalizado”, completa.
Tanto é que em maio, o nível de utilização da capacidade instalada do setor atingiu 77,9% – patamar semelhante ao observado em Minas Gerais.
Para o restante do ano as perspectivas também são positivas. “Se nada mudar o ritmo que estamos hoje, uma vez que vivemos algumas turbulências na política exterior e doméstica, teremos um resultado acima do esperado ao final de 2021. O nível de confiança do empresário subiu, o desempenho está surpreendendo, estamos mantendo uma curva de crescimento positivo e é possível que tenhamos um resultado um pouco acima do esperado”, aposta.
Fonte: Diário do Comércio (https://diariodocomercio.com.br/economia/alta-dos-custos-preocupa-os-fabricantes-de-maquinas/)
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