O setor ferroviário brasileiro vive um momento de transição. A segunda versão do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) estima investimentos de aproximadamente US$ 11 bilhões e prevê aumento de 11 mil km de linhas ferroviárias até o ano de 2020. Porém, segundo Telmo Giolitto Porto, diretor comercial do Grupo Tejofran e professor da Politécnica da USP do curso de ferrovias, há um gargalo que ameaça a expectativa de impulsionar o setor.rn
rnDe acordo com o professor, os baixos investimentos no setor como um todo nos últimos nas décadas de 80 e 90 evidenciam uma grande lacuna nos dias atuais: “atualmente, no Brasil existe uma carência de engenheiros com conhecimentos voltados às ferrovias, em idade produtiva e com experiência. Por conseqüência das ações tomadas naquela época, o déficit de capital gerou poucas oportunidades de emprego”, diz.rn
rnEm meados da década de 1980, como revela Porto, houve migração de possíveis profissionais para outras áreas ou subempregos em ferrovias. “Em geral, ferrovia se faz dentro de oficinas e fora das capitais, por isso setores que envolvem menos esforço físico e trabalho mais interno, como financeiro, seduziram profissionais daquela época, pois, também, eram áreas em crescimento e que estavam condicionadas às expectativas de ganhos maiores”, afirma.rn
rnPorém, Telmo Porto acredita em reviravolta no setor que estima chegar a 40 mil km de linhas férreas daqui a uma década. “Tenho percebido ao longo dos anos que as próprias operadoras têm investido na formação de jovens engenheiros, especialmente Vale e MRS. Há programas de trainee e também cursos a distância. Esse tem se mostrado o melhor caminho para uma mão de obra competente e qualificada, pois neste momento contata-se que sem estradas, logística e/ou infraestrutura física fica inviável produzir riqueza que o Brasil tanto almeja”, finaliza.rn
rn* Telmo Giolitto Porto, diretor comercial do Grupo Tejofran e professor da Politécnica da USP do curso de ferrovias.rnrn
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