Diário do Comércio – A indústria de fundição de Minas Gerais encerrou 2021 com crescimento de 28% em relação ao ano anterior. O resultado ficou acima das estimativas iniciais, que davam conta de um avanço de 15% nesta base comparativa, e também ao desempenho nacional, que apurou alta de 20%. Para 2022 a expectativa também é grande, sendo aguardado um incremento médio no País de pelo menos 15% sobre o exercício passado, mediante o suprimento da demanda reprimida e a investimentos históricos que vêm sendo realizados pelas empresas do setor.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg), Afonso Gonzaga, ao todo foram produzidas 2,7 milhões de toneladas de fundidos no País no decorrer de 2021. Cerca de 25% deste total, ou o equivalente a 695 mil toneladas, em Minas Gerais.
“Vivemos um ano bem atípico. Apesar de a pandemia não ter acabado, o consumo disparou. Em Minas Gerais o crescimento foi ainda maior, até pela concentração das empresas. Tivemos destaque na agroindústria, no saneamento básico, nos utensílios domésticos e na infraestrutura, que reúne mineração e o setor ferroviário“, afirma.
Para este exercício, as expectativas para o setor em Minas também são mais favoráveis e é aguardado um crescimento superior a 20%. Em vistas de sustentar o crescimento não apenas estadual, mas o do setor em todo o País, os investimentos em produtividade estão batendo recordes.
“Nos próximos três anos, vamos acompanhar algo até então inédito no setor: investimentos robustos acompanhados por uma velocidade de crescimento em termos de produção. Já temos visto empresas preocupadas em modernizar suas operações, implantando sistemas de moldação automatizados. Nunca tínhamos visto tanta aquisição de máquinas quanto em 2021. E isso vai continuar, pois as empresas estão buscando não apenas ampliar suas capacidades de produção, mas também produzir de forma mais sustentável, adquirindo fornos de indução“, explica.
Gargalos
Ainda segundo Gonzaga, apesar do cenário favorável, gargalos como o aumento dos custos de produção ainda persistem. Porém, segundo ele, o setor vem conseguindo fazer o repasse para os compradores. O valor do ferro-gusa subiu a patamares extremamente altos em função do aumento nos preços do minério, do frete e do carvão.
“O comprador está ciente das dificuldades na aquisição de matérias-primas e grande parte tem aceitado a recomposição de preço. Temos tido um diálogo constante, mostrando as dificuldades e sendo muito transparentes quanto à sobrevivência do setor”, comenta.
Outro desafio diz respeito à energia elétrica, que, conforme Gonzaga, é cara e pode atrapalhar o desempenho do setor. Uma alternativa que traria competitividade seria o uso do gás natural. “A energia elétrica é cara e, infelizmente, não temos um fornecedor à altura da necessidade e com a competitividade que o setor exige. É uma demanda importante e que temos trabalhado junto ao governo estadual”, diz.
Por fim, o dirigente cobra um olhar diferenciado dos gestores públicos para os industriais, que, segundo ele, precisam ser mais valorizados. “Ainda temos muitas dificuldades com relação a alta carga tributária e precisamos de uma política industrial decente”, conclui.
Fonte: Diário do Comércio (https://diariodocomercio.com.br/economia/producao-do-setor-de-fundicao-aumenta-28-em-minas-gerais/)
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