Ano de 2021 foi de recuperação do setor, e crescimento deve fechar superior a 20%
Jota – O ano de 2021 dos fabricantes de máquinas e equipamentos foi marcado pela recuperação tanto no mercado doméstico quanto nas exportações. De acordo com o João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor deverá registrar um crescimento superior a 20%.
O potencial aumento sobrepôs-se à estimativa da entidade no início de 2021, de 12%, quando predominavam as incertezas estabelecidas pela crise sanitária. O desempenho do setor foi catapultado pela retomada da atividade produtiva no Brasil e em outros países. Se, por um lado, o quadro provocou uma crise de abastecimentos e avanços de preços, trouxe, por outro, salto da demanda nos setores minerais e agrícolas — os quais realizaram fortes investimentos. Até outubro, o segmento de máquinas agrícolas ampliou as vendas em 44% e o de máquinas para construção civil, 72%.
O real desvalorizado também agiu em favor da indústria de máquinas e equipamentos. Abriu espaço no mercado doméstico para o bem produzido localmente. O setor ampliou em quase 10 pontos percentuais o market share, de cerca de 45% para 55%. Ao exterior, os fabricantes venderam ano passado 31,1% acima do valor exportado em 2020.
O setor foi, no mais, favorecido pela onda de concessões à iniciativa privada nas áreas de aeroportos, ferrovias, terminais ferroviários e saneamento — além de ser beneficiado por investimentos no setor de celulose, os quais deverão continuar pelos próximos anos.
Projeções
Para 2022, a expectativa é de continuidade dos investimentos em obras de infraestrutura. A carteira de pedido deve atingir um crescimento de 25% em relação a 2019. Na agricultura, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê alta de 14,7% na safra de grãos este ano, o que deverá propiciar a manutenção dos investimentos no campo.
Marchesan mostrou-se confiante com a recuperação das exportações de máquinas e equipamentos. Na avaliação do presidente da Abimaq, o dólar deverá estacionar perto de R$ 5,50 neste ano — um câmbio favorável às exportações.
As investidas do Banco Central (BC) para controlar a inflação, em contrapartida, podem “trazer efeitos perversos sobre a economia, e mais acentuados em setores ligados ao consumo de bens duráveis e não duráveis,” entendeu o executivo. As incertezas políticas do ano eleitoral podem adicionalmente provocar instabilidade, aumento da percepção de risco e inibição de entradas de investidores estrangeiros.
A associação prevê um crescimento do setor de máquinas e equipamentos em 2022 de 4%, com crescimento mais destacado nas exportações (11%) e menos no mercado doméstico (1,5%).
As prioridades da Abimaq estão centradas na inclusão social, com a formação de mão de obra em vista da redinamização da economia, e na reforma tributária, para eliminar a cumulatividade. É preciso ações “que ofereçam ao produto nacional maior competitividade nacional e internacional, e isso passa por eliminar todas as ineficiências sistêmicas (sistema tributário perverso, elevado custo do capital, infraestrutura ruim, etc.) e garantir condições para investimento, desenvolvimento de bens e serviços sofisticados que demandam elevado volume de mão de obra e agregam renda à população”, defendeu Marchesan.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36/2021, que visa o barateamento dos projetos com eletrônica embarcada; a PEC Emergencial; a reforma administrativa; o Projeto de Lei (PL) 528/21, para créditos de carbono; e o PL do Imposto de Renda também serão focos da entidade neste ano.
Fonte: Jota (https://www.jota.info/tributos-e-empresas/mercado/crescimento-maquinas-e-equipamentos-2021-06012022)
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