Lucro da WEG salta com demanda do setor de energia e estabilização da cadeia de fornecimento

Valor Econômico – No mercado externo, o destaque foi o mercado dos Estados Unidos, por conta dos negócios de transmissão e distribuição, e em menor proporção a Europa

O aquecimento dos negócios da fabricante de equipamentos catarinense WEG tanto no Brasil quanto nos principais países em que atua no exterior deu o tom do resultado da empresa no quarto trimestre de 2022. Soma-se a isso a melhora nos custos e estabilização no fornecimento de commodities, que também contribuíram para o desempenho da companhia, que teve lucro de R$ 1,19 bilhão no período, alta de 36,5% em relação ao ano anterior.

Os negócios no Brasil foram puxados pelo bom desempenho no fornecimento de soluções ligadas à geração de energia, principalmente pelos negócios de geração eólica e solar, além do crescente negócio de transmissão.

No mercado externo, o destaque foi o mercado dos Estados Unidos, por conta dos negócios de transmissão e distribuição, e em menor proporção a Europa, o que surpreendeu, já que a empresa temia que o conflito entre Rússia e Ucrânia pudesse atrapalhar o resultado. Já os negócios na China não tiveram o desempenho esperado por conta da política do governo de covid zero e dos lockdowns, que atrapalharam os negócios.

Ao Valor, o diretor financeiro da companhia, André Rodrigues, destaca o crescimento dos investimentos no ano para quase R$ 1,2 bilhão, grande parte por conta das expansões que visam sustentar o nível de crescimento da fabricante nos últimos três anos.

“Para 2023, temos um orçamento de capital que aumenta para R$ 1,6 bilhão o valor dos investimentos (…). Nos últimos anos, o mercado externo ficava com um pouco mais de investimentos. Para este ano, estamos esperando que o Brasil fique com 55% dos aportes previstos”, conta Rodrigues.

Parte destes investimentos já foi anunciado, como o aumento de capacidade da fábrica de Jaraguá do Sul (SC), ampliação na fábrica de transformadores em Betim (MG) e crescimento da fábrica de Itajubá (MG).

Já a expectativa para 2023 no Brasil está fortemente assentada sobre o setor elétrico pela expansão das energias renováveis, mas também por conta da forte expansão do setor de transmissão com os megaleilões previstos para o ano que devem movimentar cerca de R$ 50 bilhões.

No exterior, a lógica é parecida, com aumento de capacidade da fábrica de componentes no México, ampliação da produção de aerogeradores na Índia, construção de fábrica de motores industriais em Portugal e conclusão dos negócios de transformadores nos Estados Unidos. Ainda fora do Brasil, o executivo comemora a penetração da companhia em novos países.

“Anunciamos no final do ano, a inauguração de uma fábrica de motores na Argélia, inauguramos uma fábrica de motores de baixa tensão na Índia, uma montadora na Turquia e aquisição de unidade da Gefran, na Itália. No início do ano, a WEG tinha produção industrial em 12 países e terminamos com 15. Este processo de internacionalização da companhia continuará”, frisa.

A receita líquida somou R$ 7,9 bilhões no quarto trimestre deste ano, crescimento de 22% na comparação com igual período de 2021. Já o resultado consolidado no ano foi uma receita líquida de R$ 30 bilhões, um crescimento de 27% em um ano em que as expectativas eram baixas.

Após um momento crítico com a cadeia global de suprimentos, era esperada a normalização de algumas matérias-primas, sobretudo de commodities. A empresa ressalta que a estratégia de verticalização, diversificação de produtos e presença global foi importante para os resultados obtidos. Por outro lado, o ponto de atenção ainda é a questão dos componentes eletrônicos, que não tiveram ainda uma normalização nas entregas.

“É um ponto que ainda temos que reforçar os níveis de estoque para garantir a entrega dos clientes e buscar novas alternativas de fornecimento para trabalhar de maneira preventiva”, diz Rodrigues, ressaltando que há um custo relacionado a isso.

Fonte: Valor Econômico (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/02/15/lucro-da-weg-salta-com-demanda-do-setor-de-energia-e-estabilizacao-da-cadeia-de-fornecimento.ghtml)